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quarta-feira, 4 de maio de 2011

O que se vê da sala de aula.

Nessas duas décadas em que estou na Educação, nunca presenciei um período de tanta intolerância, maldade e descaso como presencio nos dias atuais. A falta de respeito, a ironia e a petulância são constantes no ambiente escolar transformando o que deveria ser a casa do saber em um campo de batalhas.

É triste, porém está presente. Porém, o que mais me assusta é a desatenção que se dá a esse fato e a negligência com que o assunto é tratado, pois nem governo, nem a imprensa, nem os "especialistas" em Educação fazem algo de forma concreta e eficiente para, ao menos, minimizar o problema. O fato é que enquanto discutem métodos, formas e ajustes, a escola vai sofrendo a erosão da demora.

A grande maioria dos alunos não estão realmente interessados em estudar. Em poder se seus potentes e modernos aparelhos de celular, abandonam o arcaico e ultrapassado caderno de celulose pela tela luminosa e colorida dos aparelhos eletrônicos. E eles tem toda a razão para fazer essa troca uma vez que a tecnologia avançou de forma extremamente espantosa nas últimas décadas e a escola continua no século XVIII.

Contudo, a escola, velha e sem atrativos, ao invés de incorporar essas novas mídias, ela a combate. Isso gera um atrito violento já que a escola não aceita a tecnologia que o aluno trás e esse não aceita o engessamento que a escola lhe oferece. O resultado não poderia ser outro que não a intolerância de parte-a-parte, discussões, revoltas, embates acalorados, repressão e tirania.

O professor fica no meio do fogo cruzado entre o que o aluno tem e o que a escola oferece. Ele dever cumprir o papel que o estado o imputa, contudo não fica alheio às razões dos alunos. Durante essa intermediação, na qual ele está sempre só, o professor não tem recursos físicoe e nem legais para fazer uma boa intermediação e acaba sendo punido tanto pelo aluno quanto pelo Estado e se cansa de tentar. Assim, cansado e fatigado pelo trabalho vão, esse professor passa a não mais se dedicar como antes e passa a ser uma mera figura emblemática e presencial em sala de aula. Ele já não tenta fazer mais nada de novo por entender que a luta é desleal. Nisso o aluno percebe que ele "saiu vencedor" do embate e passa a comandar a escola com o aval da inércia do governo e com o assistencialismo bonitinho, mas ordinário da lei.

O resultado é esse que vemos: professores desmotivados, atados e abandonados; alunos com a falsa e perigosa sensação de estarem no poder; a escola movendo-se à velocidade de uma lesma enquanto o mundo gira à velocidade dos bits; o governo com seus programas que satisfazem apenas a quem gosta de boa propaganda; a imprensa fazendo ar de espanto quando tragédias eclodem e a sociedade que assiste a tudo isso de forma passiva esperando que o maná das soluções caiam do céu.

Passou da hora disso mudar. estamo criando uma geração de monstros e tiranos. O preço disso já será bem alto e  o máximo que podemos fazer agora é estancar essa hemorragia e esperar que o tempo se encarregue do resto, pois se nada for feito, as futuras gerações arcarão com o ônus de nossa incompetência.

Professor José Marcelo Pavanelli

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